segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
As notícias são boas: mais CIOs estão ganhando credibilidade empresarial e conquistando espaço como estrategistas de negócios
Da Redação da Revista CIO
Alguns CIOs aspiram se reportar ao CEO como uma forma de ganhar mais visibilidade para a TI e atenção para as principais decisões a tomar. Em vez de gastar os seus dias nos detalhes das operações de TI e de gestão de custos, ou na implementação de sistemas de suporte a processos de negócio, um número crescente de CIOs quer cada vez mais trabalhar na estratégia de negócios e identificar maneiras de incorporá-la em produtos, serviços e nos novos modelos de negócio.
Então temos boas notícias. Na 13ª edição da pesquisa anual State of the CIO, 25% dos 722 CIOs entrevistados relatam que o grupo de TI é percebido pelos colegas como um verdadeiro par da área de negócios, capaz de criar e lançar novos produtos e abrir novos mercados. Controlam a maioria - 65% - dos gastos com TI. Têm uma excelente relação com o CEO, reportando-se a eles com assento no comitê executivo. E como o CEO e os outros executivos C-level, esses CIOs desfrutam de remuneração extra quando a empresa atinge metas de vendas e de lucro.
Tem mais: 44% dos CIOs se reportam ao CEO, índice acima dos 39% registrados no ano passado. E a maioria deles vem conquistando um tempo significativo para se concentrar na construção de relacionamentos com líderes empresariais, Alguns dedicam até 25% uma semana típica a essa tarefa. Agora, muitos já se questionam o que eles querem para si.
Os números revelam que a profissão de CIO está mudando rapidamente em um ambiente onde colegas olham cada vez menos para um grupo de TI tradicional como um obstáculo para o sucesso corporativo. Segundo os resultados da pesquisa, 48% dos CIOs reconhecem que os seus grupos de TI ainda são vistos pelos colegas de trabalho como um centro de custo ou provedor de serviços. As principais atividades desses CIOs são melhorar as operações de TI, a implantação de novos sistemas e o controle dos custos de TI. O gerenciando crises de TI também aparece no topo da lista. Isso soa como uma descrição do trabalho CIO de 1995. Para esses CIOs, deixar de tomar decisões do dia a dia de TI obriga a cultivar equipes de gerentes capazes de manter as luzes acesas e a execução de projetos dentro do escopo, prazo e orçamento.
Descompasso
O novo papel do CIO, no entanto, requer muita atenção. Há diferenças gritantes em que os CEOs querem este ano, de cada tipo de CIO. CIOs vistos como gestores de um centro de custo devem terminar um grande projeto da empresa, simplificar a TI e cortar gastos com tecnologia. Já os CIOs estratégicos estão sendo convidados a liderarem os esforços de inovação de produtos e de expansão global.
Essa polarização ameaça a vitalidade do papel do CIO. A divisão não é devido apenas aos CIOs aparentemente menos capazes, mas também ao fato de, diante de transformações radicais dos modelos de negócio, os líderes muitas vezes também não saberem bem o que querem. O risco? Um CIO estratégico em uma organização que vê a TI simplesmente como um centro de custo a ser gerenciado são tão incompatíveis quanto um CIO tático tentando manter-se em um lugar que exige novas ideias de TI.
A angústia dos CIOs é grande. Enquanto 86% dos CIOs ouvidos dizem que o seu papel está se tornando mais importante para a empresa e 90% dizem ser um CIO é cada vez mais desafiador, apenas 65% dizem que o papel do CIO está se tornando mais gratificante. Mas o mais preocupante é que 28% dos entrevistados dizem que se sentem sendo postos de lado.
Chaves para o sucesso
Quando você conversa com CIOs sobre como eles pensam e o que eles fazem, dois temas principais emergem: remuneração variável e clientes.
Entre os CIOs pesquisados, 61% têm parte de sua remuneração vinculada a um objetivo específico traduzido em receita ou lucro corporativo. Estes CIOs também têm diferentes prioridades e expectativas em comparação com os 38% dos CIOs cujos pagamentos não estão vinculados a um desempenho financeiro. Essas prioridades e expectativas se enquadram na categoria de itens estratégicos, voltados para o exterior, como a melhoria de produtos e serviços, e o crescimento nos mercados emergentes. Em outras palavras, o tipo de empreendimentos discutido em reuniões privadas do conselho de administração.
E embora o foco do cliente seja uma prioridade alta, quase a metade dos CIOs pesquisados (47%) tem dificuldade em obter da sua equipe de TI foco nos negócios e nos clientes. Este número sobe para 50% entre os participantes de fora da América do Norte (42%). Os CIOs que não conseguem reorganizar o pessoal técnico para atender a este novo mundo, acabam tendo um única saída: substituí-los.
O lado ruim
O que você imagina para o seu futuro profissional influencia a forma como você executa hoje. Para alguns CIOs, as coisas parecem ruins: 28% dizem que o papel do CIO está sendo "marginalizado" e 52% dizem que o futuro do CIO será focado em empreiteiros de gestão, nuvem e outros prestadores de serviços de TI.
Embora sejam a minoria, esses 28% que se sentem marginalizados são dignos de atenção. Seus comportamentos e atitudes podem indicar sérios, mas talvez corrigíveis, problemas organizacionais. Por exemplo, esses CIOs que dizem que o grupo de TI é percebida pelos colegas como um centro de custo são muito mais propensos a se sentirem marginalizado. Eles provavelmente estão sob intensa pressão para reduzir os custos de TI a partir da velha escola de CEOs e CFOs. Isso não é divertido. Também não é bom para o futuro da empresa que estão vendo seus negócios se tornarem mais digital. Alguns CIOs estão prontos. Outros não. Muitos estão presos em algum lugar no meio, lutando com a política interna e estilos de gestão antigos, bem como com forças econômicas e competitivas externas que jamais haviam visto.
Em números mais elevados que os demais, os CIOs marginalizados dizem que estão sendo convidados a serem mais inovadores, mas não têm certeza de como fazer isso (52% versus 37%). A inovação pode não ser fácil, mas os CIOs têm um papel importante a desempenhar.
CIOs que se sentem marginalizados também têm menos controle do orçamento de TI do que a média dos 722 líderes de TI, e estão muito mais propensos a assistirem a chamada Shadow IT aumentar. Além disso, passam mais tempo no controle de custos, segurança e em negociação com os fornecedores, e menos tempo liderando a mudança e promovendo a inovação empresarial.
Fonte: CIO Carreira