quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Consumidores estão se tornando os principais usuários de aplicações internas, com graves consequências para as infraestruturas de TI.
Por Bernard Golden (*), CIO/EUA

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Assim como acontece com a computação em nuvem, a consumerização de TI é o tema do momento, afirmam especialistas do setor. Mais conhecido como a incorporação de novas tecnologias ao ambiente de trabalho puxada pelos usuários, o termo, tal qual computação em nuvem, é ambíguo, e aplicado sem cerimônia a uma série de coisas relacionadas, mas que diferem em detalhes.

Consumerização de TI está associada com a facilidade de uso, interfaces atraentes, funcionalidade intuitivas e preços baixos (ou nem tanto assim, se prensarmos na Apple, normalmente citada como exemplo).

No mundo corporativo de TI, este movimento tem sido descrito como a penetração dos dispositivos móveis como iPhone, iPhad, celulares Android e tablets comprados pelo próprio usuário. Esse fenômeno vai alcançar dimensões cada vez maiores, não há dúvidas. E esse cenário se fortalecerá à medida que as organizações cederem à pressão para apoiar o lema “traga seu próprio dispositivo pessoal para a empresa”.

Mas, afinal, o que é preciso saber antes de ingressar na era da consumerização?

Em vez de aceitar alguns e excluir outros, é preciso desenvolver uma estratégia que possibilite a aceitação de dispositivos de diferentes fornecedores na empresa e torne possível a integração dos sistemas corporativos.

Para viabilizar essa situação, alguns cuidados devem ser tomados. Você precisa ter uma estratégia de integração bem definida que, de preferência, não demande uma equipe de projetos. As conhecidas Applications Programming Interface (APIs) podem endereçar essas questões.

A rede é outra preocupação. Até então, a TI corporativa era normalmente previsível. Quando os usuários se conectavam às 8h na rede corporativa, ela ficava sobrecarregada, havia desaceleração na hora do almoço, e o maior registro de acesso à rede acontecia na parte da tarde, até que o expediente se encerasse. No entanto, quando os dispositivos móveis estão espalhados pela empresa, é difícil saber quando eles vão interagir com a rede. O que fazer?

Você precisa de uma solução elástica, que pode expandir ou encolher de acordo com a carga. É nesse contexto que a nuvem e os dispositivos formam um casamento ideal. Lembre-se de se certificar de que a cloud é realmente elástica, isso porque uma infraestrutura estática pode gerar problemas para a organização.

Outra questão importante quando assunto é consumerização de TI é que os sistemas precisam ser fáceis de usar e funcionais. Nos velhos tempos, se os usuários estavam descontentes com os aplicativos da empresa, esse não era o foco da atenção. Hoje, o quadro mudou. Os negócios estão mais ágeis e as pessoas também. Se elas não podem fazer o que precisam em dois ou três cliques, haverá desconforto entre os clientes internos.

Para evitar que isso aconteça, aprenda com os melhores lá fora. Examine os aplicativos de negócios móveis mais populares. Eu, por exemplo, uso o The Weather Channel e aplicativos FlightTrack Pro o tempo todo. Eles são simples, mas fundamentais para as viagens de trabalho.

Seus aplicativos devem entregar valor na página inicial - sem alguém ter de fazer mais do que inserir algumas informações simples. Encontre pessoas que nunca usaram a aplicação antes e veja a impressão delas. Se marinheiros de primeira viagem têm uma boa experiência, você estará no caminho certo.

Em resumo, a consumerização de TI é muito mais complexa do que a adoção de soluções baseadas em Software as a Service (SaaS). Ela permite que os usuários finais se envolvam com os sistemas e sejam capazes de transformar suas relações de negócios. Só não se esqueça de se certificar de que está pronto para ingressar nesse mundo.

(*) Bernard Golden é CEO da consultoria HyperStratus, especializada em cloud computing

Fonte: CIO Gestão

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