sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Por Kátia Vaskys (*), da IBM
Os computadores mudaram isso. As primeiras máquinas de tabulação, desenvolvidas no fim do século XIX, tinham uma tarefa básica: contar. Elas eram especiais porque utilizavam a eletricidade, outra invenção daquela época. Isso permitia a realização de cálculos de forma mais rápida que a realizada por seres humanos. O Bureau de Censo dos Estados Unidos, varejistas e ferrovias foram os primeiros a aproveitar os benefícios da contagem e classificação. Os dados começaram a ter valor. Marcou-se o início da sociedade da informação.
Atualmente, com uma sociedade transformada, estamos diante de outra mudança importante. Em vez de seres humanos coletando todas estas informações, estamos prestes a entrar em uma era onde tudo ao nosso redor será configurado para coletar informações. Estes gigantescos fluxos de dados promoverão novas formas de pensar sobre o mundo. Redes analíticas inteligentes de serviços conectados irão mudar nossas expectativas sobre governos, as empresas com as quais fazemos negócios e as pessoas para quem trabalhamos.
Isso já está acontecendo. Empresas de eletricidade estão instalando medidores inteligentes nos lares, permitindo que os clientes monitorem o uso de energia individualmente, para cada eletrodoméstico, para reduzir suas contas de energia e se tornarem consumidores mais ecológicos. As autoridades hídricas estão utilizando sensores sem fio e sistemas avançados de medição para monitorar a água, desde os reservatórios e rios até os clientes, identificando vazamentos em tubos de transmissão com precisão e monitorando os gastos de água de fazendeiros, consumidores e negócios. As operadoras ferroviárias estão equipando seus trens e trilhos com sensores inteligentes que ajudam a prevenir acidentes, reduzir atrasos e custos de manutenção.
Isso é só uma amostra do que está por vir. Sensores nos ajudarão a entender coisas rotineiras, fornecendo novos conceitos em relação a nossos corpos e cérebros. Eles também estudarão assuntos desconhecidos e nos ajudarão a compreender e gerenciar nossos extensos oceanos e mares. A partir da monitoração de tecnologias e sistemas solares, hídricos e eólicos, seremos capazes de descobrir novas formas de gerar energia. Seremos capazes, também, de economizar energia e reduzir a produção de lixo através de tudo, desde um melhor gerenciamento do trânsito até uma melhor compreensão das ligações entre sistemas complexos, como sistema de saúde, logística e alimentação, que representam a base de nossas vidas.
A mudança iminente não está simplesmente relacionada ao aprimoramento tecnológico. Estes sistemas de redes são necessários. Precisamos destes dados e do conhecimento que eles proporcionam para nos ajudar a reestruturar nossa sociedade, para eliminar a restrição de informações entre indústrias, para promover a colaboração de dados e solução de problemas em escala global.
Os recursos naturais - água, energia e matérias-primas - estão cada vez mais escassos. A população mundial está crescendo vertiginosamente. Nossas cidades estão super povoadas, as estradas e ferrovias estão congestionadas, os espaços abertos e recursos hídricos estão menos abundantes. Precisamos ser mais eficientes e eficazes ou todo este progresso ao qual estamos acostumados e a qualidade de vida que almejamos estarão ameaçados.
A empresa onde atuo tem refletido sobre o que a tornou uma forte corporação e como estes pontos podem ajudar a resolver os desafios que nossa sociedade enfrentará nas próximas décadas. Acreditamos que, assim como as antigas máquinas de tabulação e a revolução da informática, os sensores serão indispensáveis para nossas economias e comunidades. O poder da informação nos convenceu disso. Décadas de inovações em tecnologias de redes, memórias, processamento e analítica definiram a compreensão do mundo sobre dados e, sem dúvida, sobre o raciocínio.
O que aprendemos, acima de tudo, é que interconectar nossos sistemas rotineiros ajudará a criar um mundo melhor e mais inteligente. Uma crescente porcentagem de negócios e empresas ao redor do mundo também acredita nisso.
Vemos cada vez mais discussões entre comunidades, nossos parceiros e clientes, acadêmicos, governos e ONGs sobre temas relacionados à sustentabilidade. Alguns são motivados pela competição, outros pela necessidade de manter os clientes satisfeitos. Porém, todos são direcionados pelo desejo de serem inovadores e estão agindo em prol da sociedade.
(*) Kátia Vaskys é diretora de Business Analytics and Optimization da IBM Brasil. Fará palestra na conferência Enterprise Data World - Latin America 2011, promovida pela Data Management Association Brasil (DAMA Brasil), com patrocínio científico e tecnológico do CNPq, e que será realizada nos dias 17 e 18 de agosto, no Braston Hotel São Paulo.
Fonte: TI Inside